As características físicas, químicas e biológicas de um solo são os atributos que definem a capacidade produtiva das culturas. Monitorar essas características torna possível acompanhar a evolução da fertilidade do solo e moldá-las de acordo com os objetivos de cada produtor.

A interpretação da análise é o ponto crucial de qualquer programa de correção da fertilidade do solo.

Interpretar uma análise de forma negligente ou descomprometida com o desempenho da lavoura é a principal razão de existir solos com produtividades medíocres.

Para definir a correção do solo, devemos considerar os seguintes aspectos:

Você deve estar se perguntando: qual o método ideal para recomendar insumos e fertilizantes?

Vamos apresentar a forma convencional de corrigir o solo e o método inovador que usamos para buscar altas produtividades.

Método convencional de correção do solo

Através da fórmula NC, desenvolvida para calcular a calagem visando a elevação da saturação de bases (V%), determinamos a quantidade de calcário que aplicado ao solo irá promover o aumento da saturação de bases e a correção da acidez do solo.

Fórmula NC (ton/ha) = [(V₂ – V₁) x T x f ]/100

Com a determinação da calagem pela fórmula convencional (NC), o profissional fica restrito à utilização de apenas um calcário para elevar a saturação de cálcio e magnésio.

Essa limitação da fórmula não permite que arbitremos valores pré-definidos para cálcio e magnésio, não sendo possível definir o valor das concentrações desses elementos no solo.

Para contornar essa limitação da fórmula na recomendação da calagem, outros métodos foram propostos com a finalidade de elevar a saturação de bases aos valores desejados e ao mesmo tempo monitorar o aumento da saturação de cálcio e magnésio.

Método para buscar altas produtividades

Diferente da limitada fórmula NC, adotamos o método PCSB – Proporção de Cátions na Saturação de Bases – através do qual temos condições de elevar a saturação de bases para neutralizar a acidez do solo, ao mesmo tempo em que monitoramos Ca, Mg e K para que permaneçam em equilíbrio no complexo de troca.

Conseguimos alcançar produtividades acima da média incluindo nos cálculos a associação de calcários com diferentes concentrações de cálcio e magnésio. Definimos, por exemplo,  a saturação do cálcio a 55% e magnésio a 15% e com a associação de calcários essas metas são facilmente alcançadas.

Ainda segundo esse método, o potássio também entra no cálculo da saturação para manter o equilíbrio entre os elementos Ca, Mg e K.

Para montar um programa de correção do solo seguindo o método PCSB, verificamos inicialmente a CTC potencial. Em função desse valor, definimos a saturação desejada (v%) de cálcio, magnésio e potássio.

A CTC potencial (CTC a pH 7,0), medida em cmol_c/dm³, mostra-se de grande importância na recomendação de corretivos e fertilizantes. Ela determina o potencial produtivo do solo, através da capacidade de reter cátions em sua estrutura molecular.

Essa forma de administrar a correção do solo, implementada através de criteriosa interpretação das análises de laboratório, proporciona as bases para a construção sustentável da fertilidade e a contínua elevação da produtividade das culturas.

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