O fósforo deve ser aplicado na linha ou a lanço (em cobertura)?
Por que o agricultor não corrige esse nutriente tão importante?

Essas perguntas são muito comuns e geram dúvidas em nossos leitores.

O fósforo tem função vital nos processos metabólicos e participa da fotossíntese, divisão e crescimento das células, respiração, transferência e geração de energia, dentre outras funções.

O nutriente também participa na formação de ATP, composto formado durante a fotossíntese e responsável pelo crescimento de todos os tecidos vegetais.

A deficiência de fósforo é difícil de diagnosticar visualmente, sendo necessária a análise de solo e complemento foliar.

Na cultura de milho, por exemplo, essa deficiência pode ser observada nas folhas, com bordas arroxeadas pelo acúmulo de antocianina.

Nesse estágio, não é mais possível reverter os danos e o produtor só poderá recuperar os prejuízos na próxima safra, com a correção do nutriente.

O fósforo, sendo imóvel no solo, provoca muitos questionamentos acerca da melhor forma de colocá-lo na terra.

A pergunta que frequentemente recebemos em nossos atendimentos:

Para responder, vamos apresentar duas formas bem conhecidas de manejo do fósforo e por que o agricultor não se interessa em corrigir esse nutriente fundamental para o desenvolvimento das culturas.

O fósforo deve ser aplicado na linha ou a lanço?

A aplicação feita a lanço implica em deixar o nutriente concentrado na superfície do solo, com reduzida mobilidade para camadas mais profundas (abaixo de 10 cm).

Nos clientes que prestamos assessoria, percebemos na prática os efeitos causados pela correção do fósforo em cobertura.

No plantio feito com plantadeiras do tipo “Só Semente”, sem as caixas de fertilizante, o sistema radicular fica concentrando na camada superficial do solo (até 10 cm), o que pode ocasionar alguns problemas em situações específicas.

Em anos com adversidades climáticas, como secas e veranicos, a concentração das raízes na camada superficial dificulta a absorção de água e nutrientes, comprometendo a produtividade das culturas.

Portanto, a melhor opção para corrigir o fósforo no solo acaba sendo com as plantadeiras convencionais equipadas com botinhas que aplicam o nutriente incorporando-o ao solo em profundidades abaixo de 10cm.

Nas grandes propriedades, o período do plantio é curto, sendo necessário agilizar os trabalhos de implantação das culturas. Nesses casos, o uso das plantadeiras “Só Semente” é indicado desde que a adubação do fósforo seja feita com adubadoras que incorporam o nutriente ao solo.

Em propriedades menores, a adubação corretiva do fósforo deve ser feita com a plantadeira convencional, antes do plantio, fazendo a incorporação do nutriente ao solo.

Vale lembrar que a adubação corretiva é indicada para elevar os teores do fósforo a níveis adequados para altas produtividades e a adubação de manutenção (plantio) é utilizada para repor os nutrientes exportados pelas culturas.

Por que o agricultor não corrige o fósforo no solo?

Quando falamos para o agricultor corrigir o solo usando calcário (até mesmo com associação de calcários), todos concordam e acham a prática “favorável” para o aumento da produtividade das lavouras.

Porém, quando alongamos a conversa e relacionamos todos os nutrientes que auxiliam no aumento da produtividade, uma parcela desse grupo considera as correções desnecessárias e supérfluas.

Potássio, fósforo e enxofre são alguns dos principais nutrientes negligenciados na correção do solo.

Para nós que trabalhamos com fertilidade há mais de 30 anos, estamos acostumados com esses diálogos e, em muitos casos, convencer o produtor passa necessariamente pelo conhecimento técnico e prático daquilo que será proposto.

Para buscar altas produtividades, precisamos observar todos os nutrientes que compõem o rol de elementos químicos indispensáveis para a planta se desenvolver satisfatoriamente.

Ignorar esses conceitos básicos compromete todo o desenvolvimento da atividade agrícola.

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